Cercado por partículas elementares em busca da despalavra.
Os sábados dos sábios não são os sábados
dos bêbados
Os sábados podem ser dos poetas. Mas não
só deles.
Os sábados chegam para os indiferentes
às dores do amor
Para os que procuram um deus numa
partícula de Bósons
E os vestígios que levem à fé
vislumbrada por Higgs
Na caçada às outras partículas elementares
e ordinárias
Da poeira que flutua no tempo a cobrir
nossas emoções.
Não me roubem o sábado que me serve de
ponte
Para as terras do nunca ou um passeio na
tarde.
Os sábados são travessias como são
outros dias
Mas só a eles me apeguei por motivos que
nem sei
Os sábados se apresentam como fatos
inexplicáveis
Mas falam por si mesmos como se fossem fotografias
Que valem por mil textos, dispensam
legendas.
Sábados me ensinaram a viver feliz na despalavra
Como o barro onde imprimi os versos de Barros
Aprendi o silêncio, velho amigo e cúmplice
do tempo,
Que às vezes é quebrado pelo barulho
do relógio
Objeto inútil a querer apressar o adeus
aos sábados.
Sábados apenas cumprem o que lhes
reserva o destino
A morte é apenas um lapso, a vida é mais
que um átimo.
Mesmo que meus sonhos sejam desprezível
átomo
Os sábados provocam reações químicas
infinitas
Então me vejo a pensar nas nuvens, na
noite, na chuva
A revolver as lembranças em terra
encharcada
A umedecer meus olhos com lágrimas
abençoadas
Pela alegria inesperada ou pela tristeza
que não domo
E que não se repetem assim como os
sábados. E o amor.
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