Tela do smartphone: grafiti virtual. Quando fico puto ou angustiado, desenho, risco, faço colagens e dou asas à imaginação para colocar a cabeça no lugar.
Estou com uma baita preguiça de escrever
hoje. Prometi publicar a capa do livro,
mas descobri que a editora me mandou somente as provas em PDF e não a imagem, daí
não dá para editar. Sorry...
Depois da segunda-feira da próxima
semana pedirei uma cópia em baixa resolução da imagem e publico.
Há dez dias o livro foi para a gráfica e
começou a fase do desapego. No momento, dedico-me a outro projeto que se casa
com a literatura: a trilha sonora do romance que parou em 2012, por conta dos
acidentes de percurso e acidentes mais graves como a queda que sofri em Tokyo e
que me levou para a mesa de cirurgia, onde ganhei uma prótese de titânio na
coxa direita. A dor me transformou e além de testar minha resistência por ser
um humano de tutano, agora sou também um homem de titânio, um ser titânico, mas
não um titã.
Como no livro há o samba-enredo de uma
fictícia escola de samba, compus a música com o parceiro desta aventura,
Pedrinho Cavalléro. Mas não parou por
aí. Chamei outros bambas como Vital Lima, Firmo Cardoso, Albery Albuquerque e
Walter Freitas.
Originalmente, o projeto, que foi aprovado pela Lei Rouanet, foi concebido para fechar uma trilha sonora com vinte músicas, correspondentes aos vinte capítulos do romance, que à época referiam aos 20 anos de queda do muro de Berlim. Mas perdi os prazos por ter ficado hospitalizado no Japão e não ter condições de tocar o projeto e fui vencido pelo desânimo. O samba, intitulado "Derruba o muro, mistura tudo e que Deus nos acuda!", é a apoteose do romance.
O desânimo pode ser coisa momentânea. Na
verdade esse estado de espírito não quer dizer que não haja saídas que possam nos levar a abrir a porta para o esquecimento ou destrancar outras para novos
impulsos e experiências.
O projeto virá pela metade. Apenas dez
músicas serão gravadas. As outras dez virão à luz como poesia à espera de serem
musicadas, um dia. Se este for o destino delas, quem sabe venha o CD “Berlinda – asas para
o fim do mundo”, volume II?
No dia 11 de novembro – é uma
segunda-feira que espero seja um momento de bons encontros e de alegria - lanço
apenas o livro, às seis e meia da tarde, no Espaço Teatro Estação Gasômetro.
Mas o romance voltará para uma segunda temporada no próximo ano, já com o disco
em sua companhia.
Tudo isso parece um sonho, mas aprendi também
que é uma tremenda balela acreditar que sonhar não custa nada.
Nem a propósito, parei em frente à televisão,
no domingo, dia 20 de outubro, na chamada para a matéria sobre a disputa de
sambas-enredos da Portela do carnaval de 2014. Quem quiser saber mais, siga o link.
Sonhar é investimento e teve compositor
que desembolsou até R$ 50 mil para tentar levar o samba para a avenida. Esquema
pesado para três dias de folia e brincadeira que acabam na quarta-feira de
cinzas e que leva muita gente ao desespero no dia do resultado, como se fosse o
dia do juízo final.
Definitivamente, a produção cultural no
Brasil - não sei se para alguns poucos é diferente -, para a maioria é como
autoflagelar-se com silício, considerando o ato como figura de linguagem, claro,
para não levar a coisa ao realismo extremo envolvendo o sadomasoquismo.
Produzir cultura não é prioridade num
país que leva a educação ao rés do chão. Cultura e educação parecem esqueletos
do porão. Que país é este?
E daí o Brasil oficial foi para a Feira do Livro de Frankfurt querendo vender uma nova imagem do Brasil sem futebol, carnaval e mulatas. Diante disso, por que não fazer um carnaval na Alemanha?
Do Brasil SOS ao Brasil! Aplausos a Luiz Ruffato!
É tão cheio de improvisos e amadorismo
produzir alguma coisa, muito mais do que sonha a nossa vã filosofia. Não dá
para ser flexível quando se trata de cair na real. E para mim, que ando com a
cabeça cheia de caraminhola e ideias, a overdose de decepção é perigo
constante.
Tipo assim, estava eu fazendo contas dos
caraminguás que tenho para me enquadrar em dois orçamentos apresentados para
produzir o CD e tive uma dessas recaídas no caminho: que tal fazer um clipe do
samba da berlinda? Pus a ideia no papel, desenhei possíveis roteiros e fui à cata de
informações. Desisti no ato e apaguei os cinco minutos da cabeça, tempo que
pensei para o audiovisual. E não poderia ser diferente: o clipe é coisa de produtora
para sangrar qualquer úlcera em estágio inicial.
Prepare-se que a bomba bem poderia ser anunciada pelo macaco Simão:
Buemba! Buemba! Buemba! Para concretizar tal singela ideia o autor precisaria de 30 a 40 mil reais. Será que isso é real? Pelo sim, pelo não eu caí na real.
Vou arriscar fazer a trilha de música do
romance, pois ela tem um destino mais ou menos traçado: O CD e o livro estão
cotados para um lançamento lítero-musical em Berlim. Próxima parada: janeiro de
2014.
Vou à luta!
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sábado, 26 de outubro de 2013
Samba da berlinda
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